O ministro do STF Luiz Fux demonstrou, na terça-feira (25/3), ser uma possível ameaça a um dos planos de Alexandre de Moraes para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito do golpe.
Relator do caso no
Supremo, Moraes fez de tudo para que o inquérito fosse julgado na Primeira
Turma, e não no plenário da Corte, em busca da unanimidade nas decisões do STF
contra Jair Bolsonaro.
Um dos cinco integrantes
da Primeira Turma, Fux, porém, abriu divergência em relação a Moraes e aos
demais colegas logo na análise de questões preliminares levantadas pelas
defesas, na terça (25/3).
Ele defendeu que a
competência para julgar Bolsonaro e outros acusados sem prerrogativa de foro
não deveria ser do STF e votou para que o caso fosse julgado no plenário.
Fux também foi na linha
oposta a de Moraes ao demonstrar ter ressalvas em relação à delação premiada de
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A colaboração é uma das
principais provas da denúncia.
“Estamos num momento que
é preambular. Pelo que aqui se observou, esse colaborador certamente vai ser
ouvido em juízo (…). Este não é o momento próprio, mas vejo com muita reserva
nove delações de um mesmo colaborador, cada hora apresentando uma novidade”,
disse Fux. E acrescentou: “Me reservo ao direito de avaliar no momento próprio
a legalidade dessa delação, mas acompanho no sentido de que não é o momento de
declarar a nulidade”.
Posições de Fux animam
Bolsonaro
As posições de Fux
animaram a defesa e aliados de Bolsonaro. Na avaliação de advogados do
ex-presidente, pela lógica exposta, o ministro deveria se posicionar contra o
recebimento da denúncia.
O eventual voto de Fux
favorável a Bolsonaro, porém, não mudará o destino do julgamento. Aliados do
ex-presidente já admitem que, com ou sem Fux, a denúncia será aceita pela
Primeira Turma do Supremo.
O julgamento no colegiado
começou na terça-feira, mas os ministros ainda não expuseram seus votos sobre o
mérito da denúncia em si. Os votos serão apresentados somente nesta
quarta-feira (26/3).
Metrópoles
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